<i>Artigo 38.º</i>
«O Estado assegura a liberdade e a independência dos órgãos de comunicação social perante o poder político e o poder económico.»
in Constituição da República Portuguesa.
Não é de espantar a forma como a comunicação social – propriedade de alguns dos mais poderosos grupos económicos a actuar em Portugal – trata o PCP, silenciando e deturpando as suas propostas, análises e iniciativas. Mal tal não significa que esta escandalosa discriminação não deva ser objecto de uma severa e constante crítica da parte do Partido.
Calar o que não interessa que se saiba
Desde a publicação do último Artigo 38.º que a comunicação social dominante foi «generosa» ao dar-nos motivos para preenchermos este espaço. O difícil é mesmo escolher.
Confrontado com a perspectiva de novos aumentos do preço dos combustíveis, o PCP tomou posição acerca deste assunto no dia 14, através de uma conferência de imprensa em que participou um membro da Comissão Política. E foi o primeiro partido a abordar este assunto, de inegável importância e com sérias implicações na vida dos portugueses. Apesar disto, nos jornais do dia seguinte, nem uma linha!
Este silenciamento foi ainda mais amplo quando o PCP tomou posição acerca das «ajudas» financeiras à Grécia, afirmando estar-se perante «não uma política de solidariedade para com a Grécia, mas um apoio ao grande capital». Nenhum órgão de comunicação social «pegou» nesta posição, ao passo que outras forças políticas tiveram a oportunidade de dizer de sua justiça...
No que respeita ao silenciamento do PCP, a RTP, com as responsabilidades acrescidas que lhe cabem como estação pública de televisão, ocupa um lugar destacado. Apesar de a RTP/Açores ter acompanhado os trabalhos do Congresso Regional do Partido (realizado no fim-de-semana e que contou com a presença de Jerónimo de Sousa), este não existiu nos noticiários nacionais da estação. Nem do telejornal de domingo nem no noticiário das 22 horas do Canal 2. Nem tão-pouco na RTPN ou no Jornal da Tarde do dia seguinte. Já ao Congresso do PS/Açores esta exclusão não se aplicou, tendo tido uma apreciável cobertura noticiosa nos vários canais da RTP.
Na semana anterior, a visita de Jerónimo de Sousa à Madeira também não teve qualquer repercussão nos noticiários nacionais da RTP, apesar da cobertura feita pela RTP Madeira. Ao contrário do que sucedeu com outros dirigentes partidários, a visita do Secretário-geral do PCP às duas regiões autónomas não teve qualquer cobertura nacional. Também o encontro entre os secretários-gerais do Partido Comunista Português e do Partido Comunista de Espanha, no dia 19, não existiu para a RTP.
O PCP enviou já um protesto à direcção da RTP em que denuncia estes três casos, considerando-os parte de um longo percurso marcado por critérios que, distantes das obrigações de serviço público, constituem um factor de condicionamento da opinião e vida democrática do País. Também outra estação de televisão, a SIC, conseguiu fazer a cobertura do debate quinzenal com o primeiro-ministro ignorando o PCP e as suas posições.
Mas não só de silenciamento é feita a discriminação do PCP na generalidade da comunicação social. O tratamento dado às conclusões da última reunião do Comité Central do PCP, realizada nos dias 10 e 11 de Abril, é disto exemplo. Ignorando por completo o diagnóstico à situação do País e o rico corpo de propostas aí reafirmado, os media limitaram-se a informar da decisão do PCP de apresentar um candidato próprio às próximas eleições. Curto, muito curto, em relação ao que ali se decidiu.
in Constituição da República Portuguesa.
Não é de espantar a forma como a comunicação social – propriedade de alguns dos mais poderosos grupos económicos a actuar em Portugal – trata o PCP, silenciando e deturpando as suas propostas, análises e iniciativas. Mal tal não significa que esta escandalosa discriminação não deva ser objecto de uma severa e constante crítica da parte do Partido.
Calar o que não interessa que se saiba
Desde a publicação do último Artigo 38.º que a comunicação social dominante foi «generosa» ao dar-nos motivos para preenchermos este espaço. O difícil é mesmo escolher.
Confrontado com a perspectiva de novos aumentos do preço dos combustíveis, o PCP tomou posição acerca deste assunto no dia 14, através de uma conferência de imprensa em que participou um membro da Comissão Política. E foi o primeiro partido a abordar este assunto, de inegável importância e com sérias implicações na vida dos portugueses. Apesar disto, nos jornais do dia seguinte, nem uma linha!
Este silenciamento foi ainda mais amplo quando o PCP tomou posição acerca das «ajudas» financeiras à Grécia, afirmando estar-se perante «não uma política de solidariedade para com a Grécia, mas um apoio ao grande capital». Nenhum órgão de comunicação social «pegou» nesta posição, ao passo que outras forças políticas tiveram a oportunidade de dizer de sua justiça...
No que respeita ao silenciamento do PCP, a RTP, com as responsabilidades acrescidas que lhe cabem como estação pública de televisão, ocupa um lugar destacado. Apesar de a RTP/Açores ter acompanhado os trabalhos do Congresso Regional do Partido (realizado no fim-de-semana e que contou com a presença de Jerónimo de Sousa), este não existiu nos noticiários nacionais da estação. Nem do telejornal de domingo nem no noticiário das 22 horas do Canal 2. Nem tão-pouco na RTPN ou no Jornal da Tarde do dia seguinte. Já ao Congresso do PS/Açores esta exclusão não se aplicou, tendo tido uma apreciável cobertura noticiosa nos vários canais da RTP.
Na semana anterior, a visita de Jerónimo de Sousa à Madeira também não teve qualquer repercussão nos noticiários nacionais da RTP, apesar da cobertura feita pela RTP Madeira. Ao contrário do que sucedeu com outros dirigentes partidários, a visita do Secretário-geral do PCP às duas regiões autónomas não teve qualquer cobertura nacional. Também o encontro entre os secretários-gerais do Partido Comunista Português e do Partido Comunista de Espanha, no dia 19, não existiu para a RTP.
O PCP enviou já um protesto à direcção da RTP em que denuncia estes três casos, considerando-os parte de um longo percurso marcado por critérios que, distantes das obrigações de serviço público, constituem um factor de condicionamento da opinião e vida democrática do País. Também outra estação de televisão, a SIC, conseguiu fazer a cobertura do debate quinzenal com o primeiro-ministro ignorando o PCP e as suas posições.
Mas não só de silenciamento é feita a discriminação do PCP na generalidade da comunicação social. O tratamento dado às conclusões da última reunião do Comité Central do PCP, realizada nos dias 10 e 11 de Abril, é disto exemplo. Ignorando por completo o diagnóstico à situação do País e o rico corpo de propostas aí reafirmado, os media limitaram-se a informar da decisão do PCP de apresentar um candidato próprio às próximas eleições. Curto, muito curto, em relação ao que ali se decidiu.